Quase sessenta dias depois de deixar o comando do estado, comunista ainda age como se mandasse no Palácio dos Leões, e diminui a figura do governador-tampão, que, curiosamente, parece mesmo depender das ações do padrinho

Até agora Brandão continua sendo um mero retrato nas mãos de Flávio Dino, que controla tanto a agenda de campanha quanto a de governo

Ensaio

Afastado do governo há quase 60 dias, o comunosocialista Flávio Dino ainda não conseguiu desencarnar do cargo; suas ações entre aliados ainda é a de chefe, que chega a dar ordens ao próprio Brandão, em alguns momentos.

Flávio Dino age como se governador ainda fosse e diminui ainda mais a figura do governador-tampão, já transformado em poste pelo próprio Dino na pré-campanha.

O recente programa do PSB no horário partidário reforçou ainda mais a condição subalterna de Brandão; o eterno vice aparece sempre depois da fala de Flávio Dino, como se fosse um mero preposto das ações do governo anterior.

Pior: o próprio Brandão parece aceitar este papel de poste por que depende de Flávio Dino para se viabilizar em um eventual segundo turno; o tampão carece da força eleitoral de Flávio Dino – ainda alta – mas pode morrer abraçado com o padrinho.

O tampão não consegue absorver os índices eleitorais do chefe, mas recebe todo o ônus do fracasso do governo comunista.

A partir de 2 de julho, Brandão deixa definitivamente o papel duplo de governador-candidato e fica proibido de agir em algumas situações como chefe de governo.

E é exatamente no momento em que Dino também não poderá mais agir por ele.

o ex-governador não poderá participar de eventos de campanha em nome do vice; não poderá, por exemplo, participar de debates no lugar de Brandão.

A própria campanha de senador tem restrições de participação no programa eleitoral; o coadjuvante, neste caso, será Dino e não o seu poste.

É neste ponto da campanha que tanto Dino quanto Brandão precisarão enfrentar a solidão da própria candidatura.

O comunista deverá perceber que não mais é ele o governador; e Brandão entenderá (?) que é ele quem precisa governar.

Neste momento, o tamanho dos dois – do dono e do poste – será medido mais claramente…

Via Blog Marco Aurélio D’eça